sexta-feira, 7 de agosto de 2009

07 DE AGOSTO DE 2009.

No momento encontro-me reunida com as Promotoras de leitura do Projeto Biblioteca Livro em Roda de Nova Palmeira. São 20.15h. Estamos trocando figurinhas, a respeto de coma anda o projeto e como elas estão ponto em prática a proposta da wbbquest "Lendo Contos eu Conto". A conversa está interessante, mais ainda por que o gosto pela leitura dos contos que elas setão desenvolvendo, está chegando até às crianças, participantes do projeto.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

ACOMPANHAMENTO DA AVALIAÇÃO

A partir deste momento vamos conhecer a definição para o avaliador. Um
avaliador é aquele que acompanha, avalia, intervém e reorienta a
aprendizagem dos estudantes. A avaliação é parte integrante de nossas
vidas, pois rotineiramente nos colocamos na situação de avaliadores em
determinadas situações. Avaliamos por exemplo o desempenho dos nossos
colegas no trabalho, ou o desempenho dos jogadores do nosso time de
futebol e avaliamos ainda o desempenho do prefeito que elegemos para a
nossa cidade, não é mesmo? Percebemos nestes exemplos que a avaliação
é algo constante em nossas vidas que fazemos de modo “mecânico”, ou
seja, sem termos total consciência. De modo geral, tomamos como
referência para a nossa avaliação o bom senso, nossas experiências
pessoais e o conhecimento adquirido.
É importante recordar que antes de ser o seu cursista, o objeto da
avaliação da aprendizagem é um indivíduo, que é único, com
características, história de vida, habilidades, experiências e dificuldades
individuais que o tornam exclusivo. Para que esta individualidade seja
respeitada é necessário que o sistema de avaliação adotado considere
todos estes aspectos. Mais do que meramente uma determinada
quantidade de conteúdo memorizado, as turmas de EaD são caracterizadas
pela heterogeneidade de seus integrantes. Em outras palavras, um cursista
que não assimilou ainda um determinado conteúdo pode apresentar um
progresso individual muito maior do que outro que já domina,
simplesmente porque participam de estágios de conhecimento preliminares
diferentes. O tradicional esquema classificatório de avaliação desconsidera
este aspecto.
Neste sentido a avaliação não deve ser encarada como um aspecto isolado,
mas como parte integrante do processo de ensino-aprendizagem, devendo
estar articulada com o projeto pedagógico. A avaliação deve ser uma
ferramenta que permita mensurar a qualidade deste processo ao invés de
medir simplesmente a quantidade de informação assimilada. É fundamental
que a avaliação seja contínua, dinâmica, participativa, recuperativa e
construtiva. É importante que seja um processo qualitativo e não
meramente quantitativo.
Neste contexto, alguns aspectos sobressaem como idéias comuns a todas
as definições descritas acima:
_ A avaliação como parte importante na prática pedagógica;
_ A avaliação deve ser reflexiva;
_ A avaliação não é uma mera atribuição de nota;
_ A avaliação pressupõe que você faça algo a partir dela.
Ao elaborarmos instrumentos avaliativos, é importante ter em mente
algumas funções específicas do contexto educacional: a avaliação deve
diagnosticar, promover a auto-compreensão, motivar o crescimento e
aprofundar a aprendizagem.
Diagnosticar: Esta é a função básica da avaliação e confunde-se com o
próprio objetivo. Na sua função diagnóstica, como vimos anteriormente, a
avaliação cria uma base para a tomada de decisão sobre a atitude a tomar.
Neste contexto, cabe à avaliação na modalidade de EaD:
_ Verificar como os objetivos propostos estão sendo alcançados;
_ Verificar se os objetivos propostos estão sendo atingidos;
_ Identificar os problemas de aprendizagem em cada cursista;
_ Identificar e planejar formas de apoio a estes cursistas;
_ Obter subsídios para a revisão do material didático, do sistema de
apoio tutorial e do desenvolvimento geral do curso.
Promover a auto-compreensão do cursista e do professor: é base para o
desenvolvimento, pois é fundamental que cada um tenha consciência das
próprias limitações e potenciais, para a necessária tomada de decisão
sobre o rumo a seguir.
Motivar o crescimento: contrapondo-se ao sistema de verificação
convencional, que é desmotivador, a avaliação permite a identificação do
ponto onde está e, assim, do quanto já se progrediu e para onde seguir no
aprendizado. Este estímulo é fundamental para o cursista que não é
beneficiado com o contato diário com o professor. Assim, devem ser
evitados por parte do tutor eventuais comentários desmotivadores ou
desabonadores na avaliação.
Aprofundar a aprendizagem: os exercícios avaliativos são uma
oportunidade para o aprendizado mais aprofundado sobre os temas que
são abordados no material, como forma de fixação e aplicação. Neste
sentido, qualquer exercício avaliativo deve, antes de tudo, ser um exercício
de aprendizagem.
A avaliação das atividades deve ser feita de forma clara, concisa e sóbria,
nunca se deve desqualificar o trabalho do cursista. Não se recomenda o
uso de palavras rudes, agressivas ou humilhantes. Deve-se agir de
maneira amistosa, chamando atenção do cursista para os pontos que ainda
não foram alcançados, permitindo seu aprimoramento.
A devolução das atividades também é um ponto importante que deve ser
destacado. Mesmo quando o sistema educacional faz uso de meios de
comunicação a distância, como é o caso da EaD, o trabalho deve ser
devolvido ao cursista através do próprio tutor. Este procedimento faz com
que o cursista se sinta mais valorizado e possibilita um diálogo construtivo
entre o tutor e cursista, com comentários que vão ajudar na sua
aprendizagem.
Outro ponto chave que deve ser considerado é o tempo de resposta ao
cursista, ou seja, refere-se ao tempo que o tutor leva para responder ao
cursista. Na EaD o tempo de resposta é muito importante, pois o cursista
da modalidade de EaD é privado do contato diário face a face, e não é bom
que o cursista fique na expectativa, nem ao menos sem saber se a sua
colocação foi recebida pelo tutor. O tempo de resposta quando é longo,
torna-se desestimulante, e resulta na sensação de desamparo e
conseqüente evasão. Neste caso, é importante que o tutor mesmo que não
tenha uma resposta, dê um retorno imediato ao cursista informando que a
sua resposta está sendo providenciada, ou que a atividade está sendo
corrigida. Assim, a fim de planejar a sua ação tutoria, recomenda-se de
uma maneira geral que o tempo de resposta seja de 24 horas para
responder dúvidas dos cursistas, e uma semana para corrigir as atividades.
Pense sobre todas as informações que já foram discutidas nesta Unidade 2.
Diante de todos os temas, palavras-chave que foram abordadas, atividades
que foram propostas... Uma pergunta surge: O que deve ser avaliado?
Como podemos definir os critérios de avaliação na EaD?
Para responder estas questões devemos considerar alguns pontos, tais
como o objetivo geral de ensino e o momento social que estamos
vivenciando. Atualmente, o que se busca nos estudantes é o
desenvolvimento de competências nos vários campos do saber. Em outras
palavras, é importante que o indivíduo seja capaz de mobilizar recursos
cognitivos e emocionais para enfrentar situações complexas. Neste sentido,
no momento da avaliação, alguns aspectos devem ser considerados, estes
são a habilidade, domínio na linguagem, valores culturais, capacidade de
administrar emoções, o potencial de aprendizagem e o domínio dos
conteúdos didáticos.
Quando falamos de habilidades do estudante estamos nos referindo à
habilidade de fazer algo, falamos de capacidades adquiridas (físicas ou
mentais), que são dependentes de aprendizado ou treino. Este processo de
aquisição de habilidades varia entre indivíduos, pois depende de elementos
próprios. É importante que o estudante desenvolva habilidades que são
comuns em várias áreas do conhecimento, como a capacidade de
identificar, relacionar, associar, analisar, avaliar, manipular com destreza,
saber ouvir, entre outras.
O domínio da linguagem também é importante, e pode ser definido como
um conjunto de símbolos e/ ou sinais que possuem sentido dentro de um
contexto específico. Cada área do conhecimento possui a sua linguagem
própria e a capacidade de domínio desta linguagem é um dos atributos
indicativos da competência do indivíduo naquela área específica.
Considerando que a interação estabelecida entre professor e o cursista no
contexto educacional assume um papel importante, a apropriação pelo
cursista dos conteúdos ensinados só será satisfatória se o professor
conseguir se expressar na linguagem do cursista, que resulta do seu
contexto social. No entanto, podemos dizer que uma habilidade importante
para um professor ou tutor competente é a capacidade de saber ouvir e
entender a expressão do cursista na sua própria linguagem.
Os valores culturais são próprios de uma determinada sociedade e
estabelecem todo o contexto cultural da situação. Entretanto, o
conhecimento dos valores culturais vigentes é importante para a resolução
de qualquer situação complexa com a qual o indivíduo se depare.
É importante que seja criado um contexto de aprendizagem onde o cursista
aprenda a administrar as suas emoções, motivando a sua aprendizagem,
integrando o seu mundo cultural e emocional.
No processo de avaliação é importante que o professor tenha competência
para distinguir se os cursistas têm potencial para aprender
significativamente as questões propostas, ou se estes cursistas estão tão
somente decorando para uma prova. Quando um conhecimento é
elaborado significativamente, ele torna-se permanente para o indivíduo,
tornando-o mais apto para resolver um maior número de problemas. Na
aprendizagem repetitiva, não elaborada, o cursista não é capaz de
apropriar-se do conhecimento, tornando-se dependente para a resolução
de problemas específicos.
Quando elaboramos uma aula, investimos tempo, esforço, recursos
materiais e humanos para que um determinado conteúdo seja ensinado.
Todo este investimento só fará sentido se este conteúdo for efetivamente
importante para o progresso do cursista e, neste sentido, é importante que
o instrumento de avaliação seja capaz de detectar até que ponto o cursista
já adquiriu domínio sobre ele.
Nos dias atuais não faz sentido um modelo de ensino-aprendizagemavaliação
com base simplesmente no acúmulo de informações que possam
ser usadas sem consulta, como ainda é usado na escola tradicional. O
advento da informática faz com que esta necessidade de armazenar e
reproduzir informações sejam obsoletos. Neste sentido, torna-se muito
mais importante a capacidade de utilizar as informações do que somente
memorizá-las.
Na EaD o cursista não deve ser encarado como um receptor, acumulador e
repetidor de informações. É importante que o cursista nesta modalidade
seja responsável pela construção de seu próprio conhecimento, auxiliado
pelo tutor como mediador e facilitador do processo. O tutor é fundamental,
pois ele é responsável pela criação de condições propícias para que o
cursista desenvolva o seu processo individual de construção de
conhecimento.
4.2.1 Avaliando um fórum
A avaliação dos fóruns de discussão é um assunto que merece uma
reflexão profunda. Criar critérios fechados, com pontuação definida, pode
não ser a forma mais indicada, já que o fórum envolve opiniões pessoais
dos cursistas. Apresentamos aqui o modelo que a professora Liane
Tarouco (UFRGS) sugere como avaliação, baseada na participação e
perfil do aluno. O peso de cada item pode ser alterado (aqui está como
sendo de 1 a 6):
1. Passivo: só recebe as mensagens e não envia nenhuma contribuição
para o grupo;
2. Participações que não contribuem para a discussão em pauta;
3. Contribuição pontual isolada, em que somente cita definições,
apontando links da Internet. Não agrega contribuições ao grupo.
Somente sugere textos para leitura;
4. Contribuição questionadora, em que propõe dilemas, apresenta
alternativas e pede posicionamentos;
5. Contribuição debatedora, em que comenta contribuições anteriores
(com propriedade, responde, questiona, apresenta contra-argumentos
pró e contra);
6. Contribuição sintetizadora, em que coleta segmentos da discussão,
ajusta, adapta, elabora parecer conclusivo.
Ao final da discussão, as contribuições são categorizadas segundo as
modalidades acima propostas e os conceitos atribuídos em função do
total de pontos coletados por cada participante. Os valores são
inseridos numa planilha, tipo excel, para acompanhamento.
É importante esclarecer que este modelo não é rígido, podendo ser
utilizado como sugestão ou mesmo sofrer adaptações para casos
específicos.
4.2.2 Avaliando uma tarefa
Um dos aspectos importantes ao se fazer avaliação da aprendizagem é
que os seus critérios sejam claros para todos os participantes do
processo, permitindo que o cursista saiba o que se espera dele. Assim,
apresentamos aqui sugestões de alguns aspectos para a base de uma
avaliação de tarefa escrita:
- Atendimento ao objetivo da tarefa – cada tarefa tem um papel
pedagógico dentro do curso, não apenas como ferramenta de
verificação, mas como ferramenta de construção do aprendizado.
Portanto é importante que não haja fugas ao tema e objetivo
propostos.
- Coerência interna e externa do texto – os assuntos abordados devem
ser consistentes com o que está sendo estudado. A apresentação de
pontos de vista diferentes é sempre bem-vinda, desde que baseada em
sólida argumentação e tecnicamente fundamentada.
- Correção gramatical (concordância, pontuação, ortografia, inclusive
erros de digitação) – uma tarefa é um instrumento oficial de avaliação
e, como tal, um documento que ficará arquivado. Por esta razão a sua
elaboração deve ser criteriosa. Saber comunicar-se corretamente na
sua própria língua é o aspecto mais básico da competência
comunicativa.
- Estrutura e dimensionamento do texto – A seqüência lógica de idéias
e a capacidade de síntese são, também, aspectos importantes das
competências comunicativa e argumentativa, e estão diretamente
relacionadas à organização de raciocínio. Logo, a fluência seqüencial e
o atendimento ao número de páginas proposto serão considerados
como um dos critérios de avaliação.
- Pontualidade/data de entrega – embora uma das premissas da EaD
seja que o aluno estude no seu próprio tempo e espaço, este conceito é
comumente mal compreendido e abusado. Isto não significa que não
existam prazos, e sim que dentro dos prazos existentes o aluno possui
uma maior flexibilidade para ajustar o tempo de estudo de acordo com
suas necessidades. Não considerar este aspecto como um critério de
avaliação seria desmerecer o esforço daqueles que efetivamente
respeitam estes prazos.
- Uso adequado da ferramenta de aprendizagem – A EaD é sempre uma
forma de ensino-aprendizagem mediada de algum modo. Logo, o
domínio das ferramentas de interação é um aspecto de grande
importância.
- Participação individual em trabalhos de grupo – Em trabalhos em
grupo é atribuída a mesma nota a todos os integrantes do grupo que
efetivamente participaram de sua construção. Por esta razão
recomendamos que todas as interações e contribuições sejam feitas
dentro do AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem), que permite
identificar cada participante. Integrantes do grupo que não
contribuíram efetivamente para o trabalho não receberão nota na
atividade.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Blogs interessantes

http://ricardoazevedocicdamas.blogspot.com/

Texto: O Sapo de Rubem Alves

VIVEMOS NUM MUNDO ONDE TUDO ACONTECE NUMA VELOCIDADE SEM CONTROLE.O EUCADOR VIVE NESSE MUNDO E PRECISA CONVIVER COM ESSAS MUDANÇAS. COSNTANTEMENTE "PRECISA ESQUECER PARA LEMBRAR" COMO PETICAMENTE RUBEM ALVES TERMINA ESTE TEXTO. VEJAMOS.

O SAPO
Rubem Alves
Era uma vez um lindo príncipe por quem todas as moças se apaixonavam. Por ele também se apaixonou uma bruxa horrenda que o pediu em casamento.
O princípe nem ligou e a bruxa ficou muito brava. “Se não vai casar contigo não vai se casar com ninguém mais!” Olhou fundo nos olhos dele e disse: “Você vai virar um sapo!” Ao ouvir esta palavra o príncipe sentiu uma estremeção. Teve medo. Acreditou. E ele virou aquilo que a palavra de feitiço tinha dito. Sapo. Virou um sapo.
Bastou que virasse sapo para que se esquecesse de que era príncipe. Viu-se refletido no espelho real e se espantou: «Sou um sapo. Que é que estou fazendo no palácio do príncipe? Casa de sapo é charco.” E com essas palavras pôs-se a pular na direção do charco. Sentiu-se feliz ao ver lama. Pulou e mergulhou. Finalmente de novo em casa.
Como era sapo, entrou na escola de sapos para aprender as coisas próprias de sapo. Aprendeu a coaxar com voz grossa. Aprendeu a jogar a língua pra fora para apanhar moscas distraídas. Aprendeu a gostar do lodo. Aprendeu que as sapas eram as mais lindas criaturas do universo. Foi aluno bom e aplicado. Memória excelente. Não se esquecia de nada. Daí suas notas boas. Até foi o primeiro colocado nos exames finais, o que provocou a admiração de todos os outros sapos, seus colegas, aparecendo até nos jornais. Quanto mais aprendia as coisas de sapo, mais sapo ficava. E quanto mais aprendia a ser sapo, mais se esquecia de que um dia fora príncipe. A aprendizagem é assim: para se aprender de um lado há que se esquecer do outro. Toda aprendizagem produz o esquecimento.
O príncipe ficou enfeitiçado. Mas feitiço — assim nos ensinaram na escola — é coisa que não existe. Só acontece nas estórias de carochinha.
Engano. Feitiço acontece sim. A estória diz a verdade.
Feitiço: o que é? Feitiço é quando uma palavra entra no corpo e o transforma. O príncipe ficou possuído pela palavra que a bruxa falou. Seu corpo ficou igual à palavra.
A estória do príncipe que virou sapo é a nossa própria estória. Desde que nascemos, continuamente, palavras nos vão sendo ditas. Elas entram no nosso corpo, e ele vai se transformando. Virando uma outra coisa, diferente da que era. Educação é isto: o processo pelo qual os nossos corpos vão ficando iguais às palavras que nos ensinam. Eu não sou eu: eu sou as palavras que os outros plantaram em mim.
Como o disse Fernando Pessoa: “Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim”. Meu corpo e resultado de um enorme feitiço. E os feiticeiros foram muitos: pais, mães, professores, padres, pastores, gurus, líderes políticos, livros, lv. Meu corpo é um corpo enfeitiçado: porque o meu corpo aprendeu as palavras que lhe foram ditas, ele se esqueceu de outras que, agora permanecem mal...ditas...
A psicanálise acredita nisso. Ela vê cada corpo como um sapo dentro do qual está um príncipe esquecido. Seu objetivo não é ensinar nada. Seu objetivo é o contrário: des-ensinar ao sapo sua realidade sapal. Fazê-lo esquecer-se do que aprendeu, para que ele possa lembrar-se do que esqueceu. Quebrar o feitiço. Coisa que até mesmo certos filósofos (poucos) percebem. A maioria se dedica ao refinamento da realidade sapal. Também os sapos se dedicam à filosofia... Mas Wittgenstein, filósofo para ninguém botar defeito, definia a filosofia como uma «luta contra o feitiço” que certas palavras exercem sobre nós. Acho que ele acreditava nas estórias de carochinha...
Tudo isso apenas como introdução à enigmática observação com que Bahrnes encerra sua descrição das metamorfoses do educador. Confissão sobre o lugar onde havia chegado, no momento de velhice. «Há uma idade em que se ensina aquilo que se sabe. Vem, em seguida, uma outra, quando se ensina aquilo que não se sabe. Vem agora, talvez, a idade de uma outra experiência: aquela de desaprender. Deixo-me, então, ser possuído pela força de toda vida viva: o esquecimento...
Esquecer para lembrar. A psicanálise nenhum interesse tem por aquilo que se sabe. O sabido, lembrado, aprendido, é a realidade sapal, o feitiço que precisa ser quebrado. Imagino que o sapo, vez por outra, se esquecia da letra do coaxar, e no vazio do esquecimento, surgia uma canção. «Desafinou!” berravam os maestros.
”Esqueceu-se da lição”, repreendiam os professores. Mas uma jovem que se assentava à beira da lagoa juntava-se a ele, num dueto... Eo sapo, assentado na lama, desconfiava...
“Procuro despir-me do que aprendi” dizia Alberto Caeiro. «Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, desencaixotar minhas emoções verdadeiras, desembrulhar-me, e ser eu...”
Assim se comportavam os mestres Zen, que nada tinham para ensinar. Apenas ficavam à espreita, esperando o momento de desarticular o aprendido para, através de suas rachaduras, fazer emergir o esquecido. É preciso esquecer para se lembrar. A sabedoria mora no esquecimento.
Acho que o sapo, tão bom aluno, tão bem educado, passava por períodos de depressão. Uma tristeza inexplicável, pois a vida era tão boa, tudo tão certo: a água da lagoa, as moscas distraídas, a sinfonia unânime da saparia, todos de acordo... O sapo não entendia. Não sabia que sua tristeza nada mais era que uma indefinível saudade de uma beleza que esquecera. Procurava que procurava, no meio dos sapos, a cura para sua dor. Inultimente. Ela estava em outro lugar.
Mas um dia veio o beijo de amor - e ele se lembrou. O feitiço foi quebrado.
Uma bela imagem para um mestre! Uma bela imagem para o educador: fazer esquecer para fazer lembrar!

Lendo Contos,Euconto

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terça-feira, 30 de junho de 2009

Lendo contos, eu conto

Esta webquest, foi construida a partir da solicitação da Professora Lúcia Serafim, da disciplina "Internet como Ferramenta Didática", do curso de especialização Novas tecnologias e Educação. promovido pela Universidade Estadual da Paraíba.

http://www.slideshare.net/terezinhamedeiros/lendo-contoseuconto-1661421

segunda-feira, 29 de junho de 2009

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM NOVAS TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: INTERNET COMO FERRAMENTA DIDÁTICA
PROFESSORA: MARIA LÚCIA SERAFIN

1- RESENHA DE ARTIGO
I- Identificação da aluna:
Terezinha de Jesus Medeiros
Data: Campina Grande,20 de junho de 2009

II –Identificação da autor:
MORAN, José Manoel, Especialista em mudanças na educação presencial e a distância, artigo publicado na Revista Ciência da Informação, vol 26,n.2, maio-agosto 1997, pag.146-135

II I-Resumo das idéias do autor no texto: Como Utilizar a Internet na Educação
Para escrever a resenha do texto Como Utilizar a Internet na Educação, de José Manoel Moran, fiz várias leituras do texto citado, dos dois outros textos de José Manoel Moran, indicados pela Profa. Lúcia Serafim, de um artigo do Moacir Gadotti: Perspectivas Atuais da Educação, disponibilizado no ambiente virtual, pela colega Vanusa e do livro de Pedro Demo, Formação Permanente e Tecnologias Educacionais
As leituras realizadas se deve ao fato de sentir a necessidade de me inteirar mais sobre o assunto, convencida, da minha incipiente profundidade teórica, ainda, sobre a questão em pauta.
Assim as referidas leituras e outras com as quais vou me familiarizando, especificamente a do texto do qual a resenha foi solicitada, vão pouco a pouco me convencendo que a inserção das novas tecnologias na educação, em particular o computador e a internet, é um fato não mais para o futuro, mas algo que já está acontecendo. As experiências exitosas de professores neste sentido, especificamente as experiências narradas no texto em questão, pelo Prof.José Manoel Moran, demonstram que esta modalidade surge como uma alternativa à educação, formal, estática, conteudista, verbalizante.
José Manoel Moran, faz a sua apresentação do referido texto,, enfatizando dois aspectos: Primeiro, a importância do surgimento da internet, como ferramenta aberta, que possibilita a invenção, a criatividade: criação de revistas, rádios, emissoras de TV; sem o controle do Estado; que diminui as distâncias geográficas, já que o seu uso nos possibilita com um clique nos conectarmos com o mundo.”O planeta tornou-se a nossa sala de aula e o nosso endereço”. (Gadott,apud, Herbert McLuhan).
Segundo o autor do texto em estudo, o acesso ao ciberesspaço, que democratiza a informação e o conhecimento, que promove uma prática educativa baseada na pesquisa, na investigação, na interatividade e colaboração, vem se tornando pouco a pouco vivenciada, entre professores/professores, professores/alunos, alunos/alunos, colegas conhecidos e desconhecidos.
Estas práticas se expandem com a educação a distância e incide na educação presencial exigindo mudanças , já que o seu foco deixa de ser a transmissão do conteúdo frio e muitas vezes sem significado para o aluno, para estimular a pesquisa e a produção do conhecimento numa perspectiva colaborativa, entre professores e alunos.
Num segundo momento, o autor do texto expõe suas experiências com projetos de pesquisa vivenciados por universidades paulista, como a USP,em escolas públicas e com alunos de graduação e pós graduação, na Escola de Comunicação da Universidade de São Paulo. tendo a rede eletrônica como pano de fundo. Ele mostra como os projetos são coordenados, nesta perspectiva,o professor passa a ser o coordenador, o mediador, entre o conhecimento e o aluno.
Nestas experiências o Prof. José Manoel Moran, expõe, o passo a passo seguido por ele para o desenrolar das suas aulas que pode-se resumir em: espaço para escolha pelo aluno, do assunto que ele deseja pesquisar dentro da matéria, exposição do resultado do seu trabalho na classe e divulgação , se desejar, através da internet.
A interatividade entre aluno e professor, se dá através da comunicação presencial e virtual. Neste sentido é utilizado por alunos e professor o e mail, discussões virtuais com programas em tempo real e ainda com programas com som e imagem.
Relatando estas experiências o professor e autor do texto, chama a atenção para o desafio que é a utilização da internet, na educação. Segundo ele, o professor precisa se aprofundar nesta proposta, teórica e metodologicamente, para assim propor com segurança uma educação que de fato estimule a busca, a criatividade, a criticidade, e respeite a heterogeneidade dos alunos.
Acrescenta Moran: “Ensinar na e com a internet atinge resultados significativos quando esta está integrada a um contexto estrutural de mudanças do ensino aprendizagem... caso contrario a internet será uma tecnologia a mais, que reforçará as formas tradicionais de ensino...”
Assim, chama a atenção para que o aluno seja encaminhado de forma que possa utilizar os meios eletrônicos de maneira que este abra possibilidades , de fato, para a construção do conhecimento. O aluno precisa aprender a “filtrar” as informações que lhe serão úteis, entre tantas que lhes são oferecidas, e ser capaz de escolher com critérios estas informações postas no ambiente virtual, já que é com uma rapidez incomensurável que as mudanças de informação ocorrem. Isso, segundo o autor,é preciso acontecer num “clima de confiança, de abertura, de cordialidade com os alunos”
Prosseguindo na narração das suas experiências e de suas concepções de educador que utiliza as ferramentas eletrônicas no seu fazer de sala de aula, salienta os pontos positivos e os negativos do uso da internet na educação. Entre os positivos cita o interesse dos alunos pelas aulas,o aumento da motivação ligada a curiosidade, a modernidade que representa a internet, sem contar com o aumento dos “conexões lingüísticas, geográficas e interpessoais”, entre tantas outras possibilidades narradas no texto de Moran.
Como problemas o autor do texto aponta a disponibilidade excessiva de informações na rede que nem sempre podem ser consideradas conhecimentos, no sentido estrito da palavra; a facilidade de dispersão dos alunos frente as infinitas possibilidades oferecidas, pouca profundidade nas buscas, motivado por impaciência.
Moran termina suas reflexões sobre “Como Utilizar a Internet na Educação,” chamando a atenção para a infinita superioridade da mente humana em relação ao computador. Se assim é, diz, que somos nós quem determinamos o uso adequado que deve ser dado a este instrumento na vida e na educação. Podemos fazê-lo uma ferramenta interativa ou autoritária, aberta ou controladora.Logo, reforça idéias já postas no corpo do texto, como a de que não é a internet em si que fará as mudanças no processo de ensino e aprendizagem. O computador e a internet terá o matiz que professores e professoras derem a ela.

IV- Algumas considerações pessoais a respeito do texto lido:
1- As tecnologias em educação, não é uma política pública abrangente, apesar dos vestígios de experiências a distância, veiculadas em escolas brasileiras, da academia a educação fundamental, como narra Moran, no texto em questão. Assim seria precipitado afirmar que tais experiências e a instalação de laboratórios que se proliferam nas escolas, mas em número insuficiente quando se trata do total de alunos matriculados e a quantidade de computadores disponíveis nos laboratórios de informática, esteja satisfatoriamente a serviço da educação .
2- É preocupante perceber que enquanto as tecnologias educacionais “ avançam a velocidade da luz a pedagogia move-se a passos de cágado”. (Demo, 2006). Basta verificarmos no IDEB, o desempenho de nossas escolas públicas. São escolas que na sua grande maioria, não conseguem sequer alfabetizar os seus alunos, que chegam ao ensino médio, quando chegam, sem saberem ler um texto simples, extraindo o seu significado.
3- Há grandes dificuldades nas Universidades que utilizam o ensino a distância em por em prática as propostas interativas. Verifiquemos as distorções nos sistemas de avaliação empregadas nos cursos de graduação na modalidade a distância.
4- Ao longo da história, seja que concepção de educação se tenha assumido, a preocupação sempre esteve voltada em contribuir para o crescimento individual do aluno. Falou-se também ser função social da escola,além da veiculação dos conteúdos formais, a formação da cidadania, que implica entre outras coisas a formação de sujeitos sociais autônomos , críticos, felizes. ..
4.1- O inserção das novas tecnologias na educação, sobretudo a internet, surge com a economia competitiva globalizada, que exclui,que descrimina, que tem o consumo, não o ser humano como centro das suas atenções.É neste contexto também, que surge a proposta de uma educação para todos,no sentido de ser assumido um parâmetro curricular comum, não no sentido de formação de princípios de justiça social.
4.2- Teremos enquanto educadores, espaços favoráveis que nos proporcionem uma visão diferenciada e crítica destes cenários a ponto de utilizarmos o que se apresenta de útil e saudável na internet para construirmos com nossos alunos, também uma visão crítica desta realidade?
5- São estas as inquietações se apresentaram a partir das reflexões sobre as leituras realizadas, ao fazer esta resenha.

Uma vez professora,professora sempre.

A intenção desta ferramenta, é interagir com

profissionais da minha área de atuação, alunos e

amigos(as).

Sintam-se convidados(as)!